quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sociedades Nacionais dos Escritores Mèdicos

ALEMANHA
 
BDSA
 
União Federal dos Médicos Escritores Alemães

Depois da 2.ª Guerra Mundial (1939 - 1945), os médicos alemães que mantinham actividade como escritores, procuraram entrar em con­tacto com os colegas europeus com idênticos interesses.

Bolte, Boskamp, Dohmann e Rottler, conseguiram estabelecer con­tacto com colegas franceses, italianos e suíços, por ocasião de encon­tros e congressos internacionais.

O encontro com colegas que falavam alemão, como Paul Noel, Bernard Schmitt, René Kaech e Diamand-Berger, o presidente europeu, encora­jou-os a manterem vivos esses contactos.

Seguindo a sua inspiração, Arthur Boskamp, conseguiu editar a pri­meira Antologia de Poesia, com 194 poemas de médicos alemães, sen­do ele próprio o financiador da obra, em regime de mecenato.

No Congresso de Debrecen, Boskamp e Rottler, conseguiram arru­mar definitivamente o fardo histórico que carregavam e estabeleceram contacto pessoal com Baron, colega polaco de origem judaica e com Hesse, colega da cidade de Weimar, integrada nessa altura na República Democrática Alemã (RDA).

Este acontecimento de Debrecen, levou Alfred Rottler a lançar um apelo aos colegas alemães, no sentido de ser constituído um Círculo de Médicos Poetas, antes que isso viesse a acontecer na RDA.

O artigo da autoria de Rottler, foi publicado em Dezembro de 1966 no Deutsches Arzteblatt, o jornal dos médicos alemães.

Logo de seguida, Rottler encontrou os primeiros colegas disponíveis e activos - Karl Hubinger, Helmut Wozowig e Heinz Schauwecker. O trabalho e engajamento de todos, levou a que se juntassem a eles, Bolte, Boskamp, Engelke, Lichdi, Molz, Paschke, Pfeiffer, Weigold e Vescovi.

Numa reunião havida em 25 de Abril de 1969, foi criada a BDSA - Bundesverband Deutscher Schirftstellerarzte, que passados 3 dias viu registado o seu estatuto jurídico no notariado de Nuremberga. E, nesse mesmo ano, a BDSA foi admitida na UMEM.

O até aí presidente provisório, Heinz Schauwecker, foi eleito como primeiro presidente desta nova organização.

Os seus sucessores, foram Jorgensen, Soeder, Theopold e Hans­Joachim Rheindorf, estando este último em exercício desde 1992.

O jornal da BDSA é editado duas vezes por ano. A sua aparência reflete o desenvolvimento do tratamento de texto - da máquina de escre­ver ao tratamento electrónico.

O jornal testemunha a vida activa das secções regionais e a energia dos congressos anuais, federais.

Desde 2002, a BDSA tem um sítio na Internet, com o endereço www.schriftstelleraerzte.de

(TRADUÇÃO DE CARLOS V/EIRA REIS)

 
BRASIL
SOBRAMES
SOCIEDADE BRASILEIRA MÉDICOS ESCRITORES
 


 
A Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, SOBRAMES NACIO­NAL, foi fundada na cidade de São Paulo, em 23 de abril de 1965, pelo eminente cirurgião, escritor, Dr. Eurico Branco Ribeiro, que durante 14 anos foi seu secretário-tesoureiro, sem nunca ter aceitado o cargo de presidente. Durante a sua existência mantivera intenso contacto com a UMEM, com a sua morte em 1978, o contacto foi perdido.
A sociedade já teve vinte e um presidentes e realizou vinte congres­sos brasileiros.
Têm 22 regionais nas principais capitais do país. Tem promovido a edição de livros, revistas e jornais, nos quais são divulgados textos de seus membros. O Brasil tem mais de 2000 médicos que escrevem, po­rém os sócios activos estão na faixa de 700 profissionais.
Hoje tem um alcance nacional.
O actual presidente é o médico ginecologista, citologista, Or. Luiz Alberto Fernandes Soares, que fora presidente no biénio 2000/2002 e voltou a ser eleito para o biénio 2004/2006.
 
 
Bulgária
Clube dos Médicos Escritores da Bulgária
 
Existe há 30 anos. Actualmente é constituída por 35 médicos poetas, prosadores e dramaturgos.
A actividade do Clube consiste essencialmente em editar e popularizar a obra literária dos seus membros.
Com esta finalidade foi fundado o Prémio Dimitar Dimitrov, escritor célebre, médico veterinário, aitor de vários romances conhecidos dos leitores búlgaros e estrangeiros, especialmente a sua obra «Tabaco», qie ficará para sempre entre as mais belas obras alguma vez escritas em búlgaro, faxendo parte da çiteratura clássica ugara..
O prémio é tribuído bienalmente a obras escritas por escritores que tenham dedicado as suas vidas à mais humana das profissssões - a medicina.
Os membros do Clube mantêm relações com os colegas de organizações semelhantes nos diversos países europeus- Participamos sempre que possível, nos Congressos Internacionais da UMEM - dois desses  congressos realizaram-se na Bulgária, em Varna, em 1991 e em Velingrad em 1995 e tiveram grande participação estrangeira. Os temas neles debatidos foram - «As doenças do século - cancro, sida e narcomania» e «O nacionalismo e a xenofobia».
Luben Stanev, que é também um dos vce.presidentes da UMEM, é o presidente do Clube Búlgaro dos Escritores Médicos, desde a sua fundação.
Hristo Ganov é o seu vice-presidente.
(Tradução de Carlos Vieira Reis)
 
 
Espanha
Associación Española de Médicos Escritores y Artistas
 
 
Nos princípios do século XX, havia uma associação da imprensa médica espanhola (Directores e proprietários de Revistas de medicina e redactores de periódicos (La Voz, ABC, o Liberal, etc.).
Como sempre, dissensões, grupitos e grupúsculos, até que final­mente, em 1931, se criou a Associação Espanhola de Escritores Médi­cos, a AEEM, cujo primeiro presidente foi o Dr. Eleicegui.
Problema sempre angustiante: a falta de dinheiro.
Para arranjar fundos, no Carnaval de 1936 propôs-se realizar Bai­les e como última tentativa, a eleição de Miss Anatomia!! No entanto, a situação política e social aconselhou a suprimir essas iniciativas.
Terminada a guerra «incivil» em 28 de Outubro de 1939, constituiu-­se a Associação presidida pelo Dr. Nunez Grimaldo (Director do Hospital Homeopá­tico de San José, na calle Eloy Gonzalo de Madrid).
Inicialmente, havia numerus clausus, só podendo entrar 30 sócios. Na reunião de 8 de Março de 1940 propôs-se para a primeira vaga a existir o Dr Castillo de Lucas, meu pai, que já tinha publicado o seu «Refranero Medico».
Posteriormente ampliou-se para 50 membros e actualmente a admissão é aberta e só se exige demonstrar alguma actividade humanística, já que a partir de 14 de Abril de 1988, sob a presidência da Dr.a Fernanda Monasterio, a nossa associação se chama «De Médicos Escritores e Artistas», ou seja, não só literatos, poetas, ensaístas, autores teatrais, mas também outras actividades artísticas.
Temos excelentes pianistas como el Dr. Cases, dedicado à música de Jazz, Pintores como el Dr. Daudén, cotadíssimo, desenhadores como o malaguenho Vargas Machuca, escultores como os Dr.s Abril e Sokolowski.
  
Pertenceram à Associação pessoas tão ilustres como Ramón y Cajal, Gregorio Marañon, Vallejo Najera, Rof Carballo, Mariano Zumel, Botella y Albarracin y Lain Entralgo.
Na actualidade a Associação  é composta por 220 membros e realiza-se uma sessão mensal e, nos dois últimos anos, organizaram-se umas Jornadas de «História da Medicina e Humanismo Médico», durante os meses de Janeiro a Abril, com um total de 36 conferências, havendo sido publicadas as correspondentes ao ano de 2003. Nos últimos oito anos, os nossos associados editaram 53 livros e obtiveram numerosos Prémios Literários e Artísticos-
(Tradução de Carlos Vieira Reis)
 
 
 


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Assembleias Gerais


Assembleias Gerais – ASEM

 

1956 - 1.ª Assembleia Geral - Bern (Suisse) - 24 de Novembro

1957 - 2.ª Assembleia Geral - Évian (France) - 18 de Junho

1958 - 3.ª Assembleia Geral - Bern (Suisse) - 9 de Novembro

1959 - 4.ª Assembleia Geral - Bienne (Suisse) - 20 de Setembro

1960 - 5.ª Assembleia Geral - Yverdon (France) - 8 de Outubro

1961 - 6.ª Assembleia Geral - Vevey (Suisse) - 1 de Outubro

1962 - 7.ª Assembleia Geral - Lausanne (Suisse) - 27 de Outubro

1963 - 8.ª Assembleia Geral - Bern (Suisse) - 24 de Novembro

1964 - 9.ª Assembleia Geral - Basel (Suisse) - 22 de Novembro

1965 - 10.ª Assembleia Geral - Lugano (Suisse) - 25 e 26 de

Setembro - Foi feita nova redacção dos Estatutos

1966 - 11.ª Assembleia Geral - Lausanne (Suisse) - 22 e 23 de

Outubro

1968 - 12.ª Assembleia Geral - Bern (Suisse) - 4 de Fevereiro

1970 - 13.ª Assembleia Geral - Lausanne (Suisse) - 4 de Fevereiro

1972 - 14.ª Assembleia Geral - Lausanne (Suisse) - 22 de Janeiro

 

As Assembleias Gerais seguintes passaram a realizar-se durante os congressos anuais.

Personalidades UMEM


Personalidades UMEM

 

 

ADAM BARON

 

Nasceu em 29 de Setembro de 1924 em Lwów, na Polónia, actualmente Ucrânia.

Em 1967 organizou o 1.º Congresso de Médicos Escritores da Polónia.

Em 1968 propôs que a FISEM (Federação Internacional das Sociedades de Escritores Médicos se transformasse em União Mundial dos Escritores Médicos (UMEM). A proposta foi aceite por todos os membros que integravam a FISEM.

Recebeu nessa altura o título de Presidente Fundador da UMEM.

Em 1976 durante o 21.º Congresso da UMEM, em Corfu, recebeu o título de Membro de Honra da UMEM.

Em 1977, adoeceu, foi submetido a uma intervenção cirúrgica e morreu alguns meses mais tarde.

(Dados fornecidos pelo nosso colega Jan Pietruski segundo informação prestada por Barbara Szeffer-Marcinkowska, que foi presidente da Sociedade de Médicos Escritores da Polónia).

 

 

ALFRED ROTTLER

Secretario Geral da UMEM

 

 

O Dr. Alfred Rottler nasceu em 1912, em Nuremberga (Alemanha), filho de um escultor.

Desde a sua juventude que se interessou por arte, tendo sido um dos fundadores do Grupo alemão de médicos poetas (Bundesverband Deutscher Schriftsteller-Ärzte) em 1970, tendo-se tornado seu primeiro Vice-Presidente e ao mesmo tempo secretário geral da UMEM por três décadas e editor da "Musa Medica".

 

 

ELSA PEREIRA d'OLIVEIRA

 

 

Em 1967, em Châtel-Guyon, houve um encontro amigável, organizado pelos Laboratórios Mauvernay, em que se encontraram Paul Noel e Alfred Rottler e as médicas escritoras Dr.a Lichdi e Dr.a Elsa Pereira d’Oliveira, de nacionalidade holandesa, apesar do nome ser inteiramente português, honrando assim os seus antepassados, judeus portugueses que tinham fugido para a Holanda, em virtude das perseguições da Inquisição.

Quatro meses após este encontro, a Dr.a Elsa Pereira d’Oliveira, fundou na Holanda o Grupo Penaescula que passou a reunir os médicos escritores holandeses.

 

 

GIAN VINCENZO OMODEI ZORINI (1949-1997)

VICE-PRESIDENTE DA UMEM

UM HUMANISTA

 

Gian Vincenzo Omodei Zorini é um reputado médico escritor. Era um erudito, um letrado e também um homem bom, que ficou na memória e no coração daqueles que o conheceram.

Nasceu numa vila piemontesa de Novara, em 3 de Março de 1949. Pertencia a  uma velha família de Novara, onde o seu avô tinha mandado construir no Viale Roma um pequeno palácio de três andares, quando os seus três filhos, Ettore,

Pietro e Luigi andavam no Liceu.

Ettore, o pai de Gian Vincenzo, seguindo os passos do seu tio-avô materno Pietro Porzio Vernino, que tinha feito o seu doutoramento em Medicina em Turim em 1904, fez-se médico, ele também, na Universidade de Pavia.

Exerceu a sua profissão como médico da Comuna e delegado de Saúde nas pequenas vilas de Boca, Cavalliro e Barengo; depois foi médico comunal em Grignasco, onde se instalou com a sua mulher e os seus três filhos, Gian Vincenzo, Magda et Claudia.

Infelizmente só exerceu aí durante dez anos, tendo morrido em 1965.

Foi com a ajuda de «Onaosi», uma associação que se ocupava dos órfãos dos médicos, que os seus três filhos puderam estudar. Gian Vincenzo, que tinha escolhido a mesma faculdade que o seu pai, estudou Medicina e cirurgia na Universidade de Perugia e depois em Milão.

Estagiou nos Hospitais «della Carità» à Borgomanero (Novara) e, por pouco tempo, no de Arona «SS. Trinità»; depois foi médico analista no Hospital «Luigi Confalonieri» em Luino (Varese) e finalmente no Hospital de Arona (Novara), onde trabalhou até 1997.

A família da mãe de Gian Vincenzo, Lina Agnes era de origem de Rovescala,. O seu avô Giovanni Agnes possuía grandes vinhas e uma exploração vinícola: durante as vindimas os sobrinhos ajudavam-no na vindima.

Depois da morte de Giovanni, foi o seu filho Piero que prosseguiu a actividade da casa vinícola.

Gian Vincenzo deixou-nos uma magnifica lembrança dos seus avós no pequeno livro «La’strada dei nonni », aparecido no Natal de 1985.

Gian Vincenzo prestava muita importância à amizade ; tinha uma personalidade poliédrica: escritor, jornalista, crítico de Arte, era também um ser transbordante de humanidade, jovial, generoso, apaixonado por livros, que

nutria um culto profundo pela amizade.

Para além da sua profissão, os seus interesses iam para a história da medicina e para as tradições, não somente de Novara, onde, no meio das investigações atentas e curiosas ele recuperou anedotas surpreendentes.

Gian Vincenzo ocupou os cargos de vice-presidente da União Mundial dos Escritores Médicos (UMEM) e de conselheiro da Associação de Médicos Escritores Italianos (AMSI). Esta última associação foi criada por Aldo Spallicci,

Corrado Tumiati, Carlo Levi, Pietro Beri, Nello Falomo, em 1951, sob o exemplo de análogas associações estrangeiras. Tem por finalidade unir os médicos escritores italianos para que eles possam encontrar-se, conhecer-se em novos meios, trocar as suas experiências, enriquecendo a sua cultura e ligando-se pela amizade não só aos que têm a mesma profissão, mas também por razões da cultura. L'AMSI, que está ligada à UMEM, é sempre muito activa: organiza congressos em Itália e edita a sua revista social «La serpe».

O doutor Gian Vincenzo Omodei Zorini foi condecorado com o grau de Cavaleiro da República Italiana pelos seus méritos culturais, era membro de várias associações e publicou numerosas obras históricas e literárias.

Morreu inesperadamente no dia 23 de Dezembro de 1997, durante uma viagem de comboio, quando se dirigia a Genes para ver uma exposição sobre o Futurismo, uma das suas grandes paixões.

Quando proferia conferências, encantava o auditório.

Havia matérias em que não tinha rivais: Garibaldi (que ele chamava «Peppo de Nice») e justamente os Futuristas, porque nos ideais do «Risorgimento» italiano e do Futurismo ele via reflectidos os seus próprios ideais de uma Pátria melhor, mais «limpa», mais sã, confiante na vida e nos seus valores, uma pátria que «marcasse» (marche), não que «marcisse» (apodreça). Participava em todas as

manifestações históricas, artísticas, literárias com paixão e inteligência, e conseguia ver as pequenas coisas que outros não viam e chamar a atenção para elas.

Era um médico mas também um homem de cultura: pode dizer-se que ele vivia duas existências na sua curta passagem pela terra: a sua vida profissional, onde era dum rigor científico meticuloso que o tornava quase severo, e a sua vida de erudito, que, sem dúvida, deixa um traço luminoso e inefável, já que foi um escritor bem fecundo, que merece ser estudado e valorizado.

Amava, por exemplo, o mundo subalpino do fim do século XIX representado pelo vinhetista satírico Casimiro Teja, a quem dedicou um dos seus escritos tão sábios como espirituais. Os caricaturistas que foram muitas vezes subapreciados pela cultura oficial; Gian Vincenzo, pelo contrário, punha em evidência que tudo aquilo que o povo podia conhecer da imagem física dos seus governantes e assim se aproximar deles, na época em que não havia os média a humanizá-los e a desmitificá-los, devia-se apenas aos seus lápis que os mostravam tal qual eles eram.

Num dos seus escritos, descreveu a história assustadora da diatribe sucedida em 1853 no meio médico juridico judiciário de Turim sobre a preferência a dar aos boticões ou à guilhotina na aplicação da pena capital, em que as argumentações a favor ou contra eram verdadeiramente horríveis e singulares.

Do século XIX refere-nos também outras curiosidades mais divertidas e saborosas, sobre as velhas tabaqueiras (e as grandes caixas de rapé), por exemplo, ou sobre as pílulas para as virgens langorosas.

Desde Turim a Milão: eis a receita dum jovem seminarista Antonio Stoppani (o futuro autor de «Il bel paese» (O belo país) que, durante a luta dos «Cinco dias» contra os Austríacos manteve as comunicações entre a vila insurgida e o campo por meio de mini montgolfières que tinha ele mesmo concebido e realizado na sala de química do seminário».

Em honra de Arona, eis as memórias de um tal Giuseppe Torelli, "La statua" (a estátua) de S. Carlo Borromeo e o seu último, picante trabalho, «Echi di un Eco», em que Gian Vincenzo nos relata num tom jocoso uma fatia da vida aronesa no princípio do século XX.

À sua colaboração com "Le Coline di Pavese" devemos artigos que, através de épocas e personagens muito diferentes, mostram tudo que há de excitante e de satisfatório no vinho ; basta mencionar dois títulos muito intrigantes : «Gli Ebrei e il dono della vita» (Os Hebreus e o presente da vinha) e "Anche a Leopardi il’vino non dispiaceva "(A Leopardi também o vinho não lhe desagradava).

Gian Vincenzo não apreciava somente o bom vinho, amava «beber» também as estrelas, encontrando em si uma certa afinidade com o seu bem amado poeta «maldito» d'Orta, Emesto Ragazzoni, que tinha intitulado justamente «I bevitori di stelle» (Os bebedores de estrelas) a sua elegante recolha de versos, onde por bebedores de estrelas se deve entender «aqueles que são ávidos de luz».

Falando de Gian Vincenzo o seu amigo, o farmacêutico dr. Achille Ragazzoni, lembra que bastava mencionar um personagem do «Risorgimento» para que, logo de seguida, Gian Vincenzo contasse toda a sua vida, mas nunca de uma

forma pedante, mas pelo contrário enriquecendo a sua exposição com divertidas anedotas, com a fina ironia que lhe era própria.

Era um verdadeiro «senhor», que nunca dizia mal de alguém, mesmo daqueles que tivessem sido menos simpáticos com ele.

Uma particularidade sua era a sua gargalhada, a sua forma de rir , que os seus amigos bem conheciam, e que era a sua maneira, bem pessoal, de exprimir um aviso, uma opinião, um julgamento. O seu riso tinha diferentes graduações, segundo a sua apreciação: retumbante, franco, polido, cordial, por vezes frio e mesmo irónico e desdenhoso, o que, unido a todas as nuances da expressão,

faziam com que fosse compreendido por todo o mundo.

É pena que a sua rica bibliografia tenha sido dispersa por ele próprio, espalhada por uma miríade de revistas e publicações. Agora tem sido bem difícil reunir uma antologia dos seus escritos.

É por todas estas qualidades e pela estima profunda e o afecto de tantos amigos, e ainda pela viva participação da sua família que se criou um Círculo Cultural com o seu nome em Arona, onde ele trabalhava.

O Círculo «Gian Vincenzo Omodei Zorini» (G.V.O.Z.), propõe-se guardar a sua memória e tornar conhecido Gian Vi’cenzo nas suas numerosas actividades de médico, jornalista, escritor, crítico de arte, em nome dos valores que lhe eram  queridos: Familiares, a colaboração, a solidariedade, a cultura. O fim prioritário o Círculo é, de qualquer maneira, o prémio literário anual e o empenhamento em cativar os jovens para o mundo da cultura que Gian Vincenzo tanto amava.

Durante o recente encontro em Meina, o dr. Giuseppe Armocida, um dos seus amigos fraternos, presidente da Sociedade Italiana de História da Medicina e professor de História da Medicina na Universidade de Insubria em Varèse, recordou assim a figura de Gian Vincenzo: «Gian Vincenzo era um médico humano, um médico humanista como um médico deve ser mesmo no tempo da tecnologia. A dor profunda que nos apanhou a todos a notícia inesperada de que nos tinha deixado prova quanto ele era amado pelo seu carácter, a sua grandeza moral e política, pelo seu entusiasmo alegre, sincero, elegante, construtivo pela escrita. Os valores nos quais ele acreditou são hoje acolhidos na didáctica da Medicina.. .»

 

Outras notas:

 

-Collaborateur dès 1968, parmi les quels:

Almanacco Futurista 1978 (Ed. Arte Viva - Roma)

Almanacco Piemontese di Vita e Cultura, Andrea Viglongo & C. de Torino (desde 1980)

Almanacco Veneto, Panda Edizioni, organizado por Angelo Savaris, de Rovigo (desde 1980)

L’Apollo Buongustaio, Almanacco Gastronomico, idealizado por Mario dell’Arco de Roma

Il Lanternino, bimestral de história da medicina e medicina social, a cargo de Claudio Bevilacqua, de Trieste

Bollettino Bibliografico e Rassegna Archivistica e di Studi Storici della Sardegna, de Sassari

Caleidoscopio Letterario, da Medical System de Génova

Bollettino Storico di Novara, Novara

Notiziario, Gruppo Storico Archeologico Castellettese

Aganium, Notiziario archeologico - storico di Ghemme

Verbanus, Società dei Verbanisti

LA Serpe, Roma (revista literária trimestral da Associazione Medici Scrittori

Italiani, fundada por Corrado Tumiati).

Nuovo Pensiero Militare, Firenze,

Notiziario dell’Accademia Italiana della Cucina, Milano,

Silarus, Battipaglia,

Il Cantastorie, Reggio Emilia,

Antologia del Giallo Italian– (Ed. Giallo Italiano, Ascoli Piceno), anos de 1980, 81, 84.

Il to’ almanach, Boves - CN (1985)

 

- Colaborou também nas radiotelevisões locais. Um dos seus escritos críticos foi lido na Rádio do Vaticano.

- Foi co-fundador da revista mensal de actualidades e cultura “Il Sancarlone” di Arona (1979)

- Free lancer em jornais e revistas, desde 1968, entre os quais:

Sancarlone, Arona

Arona Oggi, Arona

La Voce del Sud, Lecce

Il Nord, Borgomanero

Le Colline di Pavese, com a seguidíssima e apreciada rubrica “Fratello Vino”

Arte, Biblioteca di Milano

Arte a Milano

Corriere di Novara, Milano,

Z4, Perugia,

Liberta’, Piacenza,

Tribuna Politica, Napoli-Palermo,

Futurismo-Oggi, Roma,

Rinascita Piemonte, Vercelli,

Il Cigno, Pavia,

Castelli Romani, Frascati,

Prima Linea, Roma,

Alla Bottega, Milano,

Il Telegrafo, Livorno,

Corriere Valsesiano, Varallo,

Arcifiera, Rovigo,

Idea Nazionale, Roma,

Il Conservatore, Bologna,

Tempo Sensibile, Novara,

L’Esule, Milano,

La Torre, Roma,

La Nosa Varsej, Vercelli,

L’Eco del Varesotto, Luino,

Lacerbre, Ascoli Piceno,

Il Medico d’Italia, Roma,

Sardegna Oltre, Cagliari,

Famiglia Nuaresa, Novara

Devica Nuova, Cagliari,

Il Dialogo, Olgiate Comasco.

Musa Medica, Norimberga

E ocasionalmente, em outros jornais.

 

- Escreveu:

Pinet Turlo (1971)

Odorosa, Saporosa, Biancarosa… (na obra: Anche la Mortadella ha una storia) (1984)

La Strada dei Nonni (1985)

Medici ed Epigrammi (1985)

Questo, che inporto è giunto almo tesoro (ovvero: tabacco, tabacchiere, tabacconi) (1986)

Antichi banditi veneti tra corsi e ricorsi storici non temevano Il Ruggito del Leone (1987)

“Han mandaa foeura i balon” – gli aerostati delle “cinque giornate di milano - (1987)

La Statua di San Caro Borromeo, racconto di Giuseppe Torelli (1993)

Eco di un Eco (1997)

(tradução de Carlos Vieira Reis)

 

 

MERRY NOEL

 

 

Todos a recordamos.

Nous nous souvenons tous d’elle.

 

 

ANTOINE BENEROSO-LACOSTE

 

 

JEAN-PIERRE GOIRAN

 

 

J. P. GAREN, de son vrai nom, Jean-Pierre GOIRAN, était médecin, comme l’était sa mère, l’une des premières femmes ayant exercé cette profession jusque là réservée aux hommes.

Quarante année d’une vie professionnelle bien remplie l’ont vu exercer la chirurgie, la gynécologie et l’obstétrique, en libéral et en clinique.

Jusqu’à sa retraite il a assuré un service de gardes et des astreintes en urgences viscérales. Interne des Hôpitaux de Paris, Chef de clinique, il fut un étroit collaborateur du Professeur Robey qui dirigeait la maternité de l’Hôpital Boucicaut.

S’investissant très tôt dans le droit des femmes à la contraception, il  apporte une contribution significative, par ses publications et son travail, à faire évoluer les moeurs. Son « Guide de la Contraception » (1970, Massin Edit.) fut pendant huit années un ouvrage essentiel.

Avec l’humour qui le caractérisait, il y battait en brèche les

innombrables préjugés de l’époque.

Médecin-lieutenant pendant la guerre d’Algérie, il en découvre toute l’horreur, terminant son séjour comme médecin-chef de l’antenne chirurgicale de Djelfa. Auparavant, il avait été affecté pendant quelque temps à Reggane, dans le Sahara, où il avait pu assister aux deux premières expérimentations nucléaires françaises.

Très tôt, l’écriture l’attire et c’est ainsi que durant ses loisirs, plus de quatre-vingt romans verront le jour, et certains seront même traduits en allemand, en néerlandais, en italien, en espagnol, en serbo-croate, en portugais, en grec et en tchèque !

Alternant entre le genre policier de ses débuts et la science fiction, il cherchait avant tout à distraire ses lecteurs, sans aucun goût pour les messages ou leçons de morale ! Dans un style simple et direct, mais jamais trivial, il invente des aventures dans lesquelles on peut retrouver les valeurs qui étaient les siennes : le courage, le dévouement, un sens profond de l’amitié. Mais on y décèle également le respect des cultures et de leurs développements (à la base du principe même du S.S.P.P.), la foi en l’Homme et le combat permanent

qu’il doit mener pour construire un monde meilleur.

Titulaire de l’Ordre National du Mérite depuis 1992, son action à la Présidence du Groupement des Ecrivains Médecins auquel il avait donné un rayonnement international, lui avait valu d’être nommé Chevalier dans l’ordre des Arts et des Lettres.

 

Jean-Pierre GAREN se décrivait ainsi :

"Le docteur Jekyll a exercé le jour sa profession de chirurgien dans les environs de Paris durant quarante années mais le soir, pendant le week-end ou lors des vacances, il se transformait en Hyde du policier et de l'anticipation. Ainsi, Hyde-Garen (c'est son pseudonyme) a publié vingt-quatre romans policiers et cinquante-sept romans d'anticipation.

Soixante-seize aux Editions Fleuve-Noir, un chez Publibook et les quatre derniers aux Editions de l'Officine.

Jean-Pierre Goiran, successeur de Bernard Schmitt à la présidence du Groupement des écrivains médecins français (GEM), association dont le but est de servir la cause de l'humanisme médical, face aux nouveaux pouvoirs de la science et à la toute puissance de la technique. Il assura cette charge pendant 14 ans, avec fermeté, mais aussi tact et diplomatie, connu pour son art de dire ce qu'il pensait sans froisser son interlocuteur.

Nous garderons de Jean-Pierre Goiran, le souvenir de son humour et de son esprit incisif, de sa bonté et de sa générosité extrêmes, de sa compétence professionnelle (c'était un chirurgien de talent) et de sa culture littéraire. Doté d'une grande imagination, il écrivit, sous le pseudonyme de JP Garen, près de 80 romans, 24 policiers et 55 de science-fiction, dont 52 traduits en diverses langues. Dans un style simple et direct, il relata des aventures dans lesquelles se retrouvent les valeurs qui étaient les siennes : le courage, le dévouement, un sens profond de l’amitié. On y décèle également le respect des cultures et de leurs développements (à la base du principe même du S.S.P.P.), la foi en l’Homme et le combat permanent qu’il doit mener pour construire un monde meilleur.

 

Collection Police

* Justice à rendre, Fleuve noir, 1960

* En pâture aux crabes, Fleuve noir, 1962

* Piège pour la défense, Fleuve noir, 1963

* Poursuite sans espoir, Fleuve noir, 1963

* La mort en héritage, Fleuve noir, 1963

* Défense sans pitié, Fleuve noir, 1963

* Malade à tuer, Fleuve noir, 1964

* Morte sous la pluie, Fleuve noir, 1964

* Malheur à la défense, Fleuve noir, 1964

* Dangereuse hospitalité, Fleuve noir, 1965

* Week-end aux enfers, Fleuve noir, 1965

* Trop tard pour tuer, Fleuve noir, 1966

* Une semaine pour la défense, Fleuve noir, 1971

* La troisième empreinte, Fleuve noir, 1972

* Balade pour un cadavre, Fleuve noir, 1973

* La colère de Wotan, Fleuve noir, 1973

* L'affaire Himes, Fleuve noir, 1974

* Le 21 septembre, Fleuve noir, 1975

* Meurtre dans les Alpilles, Fleuve noir, 1976

* Accident au Lavandou, Fleuve noir, 1977

* Médée, Fleuve noir, 1978

* Meurtre par intérim, Fleuve noir, 1980

* Vengeance en solitaire, Fleuve noir, 1982

* Une belle saloperie, Éditions de l'Officine, 2004

 

Collection Anticipation

* Le bagne d'Edénia, Fleuve noir, Paris, 1974.

* Orage magnétique, Fleuve Noir, Paris, 1975.

* Les Damnés de l'espace, Fleuve Noir, Paris, 1976.

* Attaque parallèle, Fleuve Noir, Paris, 1976.

* Le secret des initiés, Fleuve Noir, Paris, 1977.

* Opération Epsilon, Fleuve Noir, Paris, 1977.

* Mémoire génétique, Fleuve Noir, Paris, 1978.

* Mission sur Mira, Fleuve Noir, Paris, 1979.

* Capitaine Pluton, Fleuve Noir, Paris, 1981.

* Génie génétique, Fleuve Noir, Paris, 1983.

* L'Emprise du cristal, Fleuve Noir, Paris, 1984.

 

Série Service de surveillance des planètes primitives

* Le Dernier des Zwors, Fleuve noir, Paris, 1982.

* L'Ordre des Ordres, Fleuve Noir, Paris, 1984.

* L'Inconnue de Ryg, Fleuve Noir, Paris, 1985.

* La Fleur pourpre, Fleuve Noir, Paris, 1986.

* Opération Bacchus, Fleuve Noir, Paris, 1986.

* Le Gladiateur de Vénusia, Fleuve Noir, Paris, 1986.

* Le Dragon de Wilk, Fleuve Noir, Paris, 1986.

* Les Guerrières de Lesban, Fleuve Noir, Paris, 1987.

* Le Chariot de Thalia, Fleuve Noir, Paris, 1987.

* Les Démons de la montagne, Fleuve Noir, Paris, 1987.

* Le Maître de Juvénia, Fleuve Noir, Paris, 1988.

* La Vengeance de l'androïde, Fleuve Noir, Paris, 1988.

* La Quête du Graal, Fleuve Noir, Paris, 1988.

* Piège sur Korz, Fleuve Noir, Paris, 1989.

* Des Enfants très doués, Fleuve Noir, Paris, 1989.

* Les Pierres de sang, Fleuve Noir, Paris, 1989.

* Le Roi de fer, Fleuve Noir, Paris, 1989.

* La Chute des dieux, Fleuve Noir, Paris, 1989.

* Safari mortel, Fleuve Noir, Paris, 1990.

* Chasse infernale, Fleuve Noir, Paris, 1990.

* Le Gardien du cristal, Fleuve Noir, Paris, 1990.

* Les Pirates de Sylwa, Fleuve Noir, Paris, 1991.

* L'Ombre des Rhuls, Fleuve Noir, Paris, 1991.

* Astronef Mercure, Fleuve Noir, Paris, 1991.

* La Planète des Lykans, Fleuve Noir, Paris, 1991.

* Le Camp des inadaptés, Fleuve Noir, Paris, 1992.

* Les Possédés du démon, Fleuve Noir, Paris, 1992.

* Recyclage, Fleuve Noir, Paris, 1992.

* Mission secrète, Fleuve Noir, Paris, 1992.

* Le Temps et l'espace, Fleuve Noir, Paris, 1993.

* Les Moines noirs, Fleuve Noir, Paris, 1993.

* Les Mangeurs de viande, Fleuve Noir, Paris, 1993.

* Les Mines de Sarkal, Fleuve Noir, Paris, 1994.

* Les Adorateurs de Kaal, Fleuve Noir, Paris, 1994.

* L'Araignée de verre, Fleuve Noir, Paris, 1994.

* Les Hommes du Maître, Fleuve Noir, Paris, 1995.

* Justice galactique, Fleuve Noir, Paris, 1996.

* La Montagne rouge, Fleuve Noir, Paris, 1996.

* Les Pieuvres végétales, Fleuve Noir, Paris, 1998.

* Les Pierres du diable, Fleuve Noir, Paris, 1998.

* L'Antre du démon, Fleuve Noir, Paris, 1998.

* Les Entrailles de Wreck, Fleuve Noir, Paris, 1998.

* Recherche sans espoir, Éditions de l'Officine, Paris, 2003.

* Les Sorcières du marais, Publibook, 2001.

* L'Épée de lumière, Éditions de l'Officine (coll. Fantastic Fiction), Paris, 2003.

* La Planète morte, Éditions de l'Officine (coll. Fantastic Fiction), Paris, 2004.

 

In Memorian

CLARAMUND RASPALL

 

 

RENATO MURATORI

PRÉMIO SÃO LUCAS DE PINTURA 1987

 

 

Anestesiologista de nacionalidade brasileira, nascido e exercendo a sua actividade profissional no Nordeste brasileiro.